domingo, 29 de novembro de 2009

Santa Apolónia


Um dos imensos sítios que gosto em Lisboa é a estação de Santa Apolónia. P'ra mim contém uma identidade própria, de memórias únicas muitas vezes apagadas. Alguns pequenos pontos importantes da minha infância, e não só, passaram-se naquela estação. Associo-a sempre às férias de Verão, o sol quente matinal com o calor a formar uma espessa camada opaca no céu, o cheiro próprio do local, os comboios em rituais frenéticos de manobras. Os cafés, a última revista ou jornal comprado antes da viagem. Resumindo: Santa Apolónia é sinal de outros rumos, de outros locais, descobrir novos sítios, assim como novas estações, novos comboios, novos rituais frenéticos. O lado oriental de Lisboa inspira bastante calma, tanto fria como quente, dependendo da estação do ano. Podemos inclusive observar os extremamente infelizes contrastes sociais, daqueles que dormem ao relento. O Vazio nocturno e matinal com os primeiros bilhetes vendidos, a chegada dos comboios internacionais, nacionais ou até mesmo dos locais que cospem as pessoas para a cidade. Santa Apolónia tem aquele espírito ideal ao início e fim do dia. As luzes dos sinais, da estação, os faróis dos comboios que se cruzam por entre agulhas e cruzamentos.

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